sábado, 30 de julho de 2011

Com a Espátula

Com a Espátula

Vou traçando estes versos displicentemente.
A espátula vai caminhando a esmo na tela,
Como um bêbedo andando pela rua,
A acompanhar seus passos distraídos.

Vou traçando estes versos molemente
E eles traduzem... vagos... preguiçosos,
As saudades e os gozos
Que ficaram ressoando em meus sentidos!

Arranco-os... são pedaços de mim mesmo,
Cheios de ti, de ti que estás presente,
Sempre, dentro do meu amor.

Vou traçando-os assim, bem displicente,
A esmo, pintando tudo o que a minha alma sente
Como quem despe, pétala a pétala, uma flor!...

Mário Couto

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